ESTRELA CADENTE

Descia lenta, uma estrela sobre o mar.

Pairou

Em certa altura

Na dúvida se devia continuar

Ou se era melhor, voltar

Para de-onde-veio

Pairou

Com raios fúlgidos de azul

E esplendor de Super-nova

Fulgor peculiar -abrasador

Estava agora gélida

Estarrecida

Quase arrependida

De caminhar nessa descida

Seria medo?

Temor de chegar em meio a guerras?

Ou receio de secar o mar

Ou mesmo de abrasar a Terra?

A estrela, pequenina ao longe

Era a mãe do sol

Que já se ocultara no poente

- Mas que retorna dia a dia no nascente

Em auroras verdecentes

Com prenúncios de esperança e vida.

A estrela ( ao entrever tamanho encanto )

Cadente,

Transformou-se em seixos reluzentes

E caiu nas águas do mar-da-noite

Que hoje são resplendentes,

E sem ofender a Terra

A água

O ar

Deu vida à estrela-do-mar.