Ritual - 04
Vem à madrugada que amedronta e intimida
O vento forte assobia e faz ranger as arvores
Um bípede ferido a se debater na grama fria
Aguardando um socorro em desespero a morte
Que ele pensa e que vem neste inverno insólito
Debatendo-se e em voos curtos se esvai a vida
Sua ferida exaure o pouquíssimo sangue que corre
O mendigo aproxima-se e agasalha o pobre pássaro
A ave agasalhada sob a indumentária a despedaçar
Parece dar a vida. --- A ave que se acomoda inerte
Esperanças renascem de uma antemanhã infausta
O homem aninha mais e mais a pobre ave morta.
No ritual agourento, caminha pelo alvorada do dia.
O mendigo absorto e pensativo, não sabe como lidar...
Em rodopios e com o ser entre a vestuário rasgado
Faz um funeral, à ave que escorrega a cova baixa.