pra agora, mil anos

Nada é pra agora,

E ainda não aprendi cultuar o espirito,

Neste mundo,

As ruas são tão sujas.

Nada é pra agora,

Não desejo morrer nos próximos,

50 anos,

Mas, despreza teu corpo, é tão mortal!

Nada é pra agora,

E as palavras ditas

Sem souber dos versos,

São tão mentiras.

Nada é pra agora,

E deito tão sutil,

Durmo perturbado,

Há uma légua de mim mesmo

Sem meus passos!

Nada é pra agora,

E como ainda cato sobras,

O relógio marca o tempo,

Eu marco seus olhos,

E você marca minhas palavras,

Ficar em silencio, lhe diz muito.

Nada é pra agora,

Festivo é quando estou bêbado!

Nada é pra agora,

E já chegamos tarde a nós mesmo.

Nada é pra agora,

Costumo subir a gruta só!

Nada é pra agora,

E o fio dessa nossa esperança é longo,

Nada é pra agora,

E a igreja nos fala tão mal!

Nada é pra agora,

Nem o poema,

Nem o poeta,

Nem as palavras,

Como eu deveria viver mil anos...

Agora!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 26/09/2015
Código do texto: T5395702
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