Lírios brancos...
Tem noites que tenho ternuras surgidas
não sei de onde, nem por quê.
Noites em que sei ouvir
o vento, e sei compreendê-lo.
Tem noites que espinhos não são espinhos.
Nestas noites eu ouso agradecimentos!
Tem noites que ninguém precisa de
um rio calmo, a própria noite já é o
rio e as garças; Noites que o orvalho
nem é tão belo assim.
Noites eternas, lindas, feitas de
vaga-lumes e estrelas coloridas!
Numa noite dessas a paz veio morar
em mim e ficou eternamente!
É que perdera o gosto de deixar-me só!
Agora eu sei desarmar as lágrimas…
Agora eu sei da alegria sem causa!
Numa noite dessas aprendi de amor
mais que de passarinhos ariscos.
Aprendi de amores inventados,
aprendi que das mulheres
não se sabe nada ainda...
E nem dos lírios brancos!