O Passar dos Dias
Caminhar por entre as nuvens, andar sobre águas e lavas, neve, frio, quente... Apenas caminhar.
Afinal, existem dias em que o vento não sopra, que as portas fechadas estão...
Dias em que não conseguimos mirar no espelho e enxergarmos os rostos de nossas almas...
Há dias em que a mão bate a porta e ela não se abre.
Dias em que lavamos nossos rostos para tentar perceber nosso deserto pessoal mas só contemplamos fuligem, vento, fuligem, lágrimas, fuligem, ansiedade, fuligem, angústias...
Dias em que o sol não brilha e noite não acaba.
Dias que parecem noites e noites que parecem dias...
Tenho fome!
Fome de entender que vencerei com as armas do amor e que armas oníricas não me trarão a real vitória sobre sobre vós, oh inimigos de minha alma.
Inimigos sangrentas que se pudessem beberam todo o sangue que jorra de minhas carótidas poéticas... O fariam!
Inimigos? Eles já se foram, o amor venceu...
Venceu a angústia, a ansiedade e o pavor de um dia acordar no limbo da insensibilidade...
Livrai-me desse mal! Amém!