ritual - 10
Absorvo em teu corpo este mundo de fascínio e fantasia
Sorvo em teus seios os licores abençoados do viver
As fadas a rodearem a tua admirável e ingênua criatura
Que endeusada sorrateira e pura, adormece muda
Nas primaveras os meus desejos inconcebíveis
Nas linhas férteis e inférteis do te ventre nascem
Num ritual diário insano e de imoralidade fugaz
Meu desvario assombroso, em teu abdome morre!
Expurgo neste formal frenéticos e embebidos os cios
Que se arrastam nessa cadencia de gozos eternizados
Flores exóticas em caravanas enfeitam e enfeitiçam
Os desalinhos dos lençóis em rodilhos pelo frio chão
As horas arrastadas neste cerimonial intrépido correm.
Os lobos uivam compondo canções num rito agourento
As flores e a lua desvanecem em desenhos geométricos
Revivendo neste novo amanhecer todas as poesias em você