PARAÍSO – DEBULHO SOCIAL

PARAÍSO – DEBULHO SOCIAL

Ando nas ruas e vejo a dor,

Debulho da célula familiar,

Jovens perdidos na fumaça,

Braços cheios de picadas.

Nos terrenos baldios debulho,

Jovens grávidas endoidecidas,

Jovens de cores estranhas,

Andarilhos estranhos na rua...

Nos semáforos pedem moedas

À noite oferecem o corpo,

Uma chupada pelo mínimo,

São debulhos da sociedade

Ando nas praças e vejo a dor

Andarilhos sem esperança

Consomem álcool como vida

São os restos da colheita perdida

Não há oração que os salve,

Não há direitos humanos que nos salve,

Os debulhos têm os direitos humanos,

Nós somos vitimas da colheita social

Vamos virar ração para alimenta-los

Viraremos estatística da violência

E o debulho se perdera na agulha e fumaça.

André Zanarella 31-07-2014

Debulho

Resíduo das espigas dos cereais depois de debulhados.

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 22/09/2015
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