Noites...

A minha mão sabe grafar as palavras

que habitam na escuridão da noite…

Quando ninguém vê nada, eu vejo;

quando ninguém ouve, ouço, e bem;

se vem um aroma de solidão, aprecio.

E há sempre um poeminha perdido no

escuro azul petróleo de cada noite fria!

Minha arte é encontrar poesia no breu.

Sei que vejo nas noites mais do que há.

Não são todas as noites que sabem vir

brincar nos vãos dos meus devaneios!

Se vier, as recebo bem, e sempre terá

brincadeiras de roda e pique esconde.

E tudo é como banhar num rio manso!

Ninguém percebe, mas a noite está viva;

não pelas estrelas que brilham, mas pelo

que está ocultado nos olhos dos bichos…

A noite passa por mim sempre mais lenta,

é que sei apreciar suas curvas e segredos,

é que sei amar esperando, é que sei ornar

a espera. É que sei acreditar calmamente!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 21/09/2015
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