Rio Noturno

Aquele rio,

cauda do longo vestido

que sobe até a noite.

É onde se derramam os cabelos

de prata da lua.

Aquele rio,

a placidez de um sonho.

De um sonho como um botão de flor

que mais ama o orvalho

a seu próprio desabrochar.

Aquele rio,

a indiferença do tempo,

que avança mudo mas implacável

ao redor das pedras

contrárias a qualquer cronologia.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 20/09/2015
Reeditado em 26/09/2015
Código do texto: T5388868
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