Eco dos Loucos


Onde você vai, Louco?

Vou arrastar chinelo
ladeira acima, ladeira abaixo.
Com “chortão” ou bermudão
e sem camisa fazer cena
nesta prosaica Barbacena.

Sou a vingança dos antigos
malucos que sem voz
e sem direito à sua figura
foram lançados nos porões
da Assistência aos Alienados.

Eu sou o eco
do Botina, Mané Capão,
Hercília,  Isabelina
e tantos outros que lhe
couberam somente
perambular na marginal
da existência social.

Eu sou feliz!
Eu sou feliz!
Retumba o brado dos loucos
em cada morro na vila
do Visconde de Barbacena.

Leonardo Lisbôa
Barbacena, 18/09/2015

Caderno da Senectude. 

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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 20/09/2015
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