O que me diz meu reflexo...
Olhos fixos no espelho,
E o silêncio me abraça...
Um gélido abraço de solidão!
No peso que o tempo me imputa
A liderança da felicidade
É fictícia vontade...
Tolo é pensar na saudade
Como companheira agradável...
Pálpebras cobrem a retina,
Mas o que a faz não ver,
São as lágrimas que vertem tranquilas
Do meu fixo olhar...
Nublando meu sonho
Estagnado em eras outras
Em remotos planos ancestrais...
E o momento esperado do agora
Ficou no passado, perdido, oprimido...
As horas aprisionam na frente
O que se pode enxergar no espelho...
E a ante sala da desilusão se faz presente
No salão da minha mente
Concebe viver, pensando no passado,
Com pesar ou saudade
Ou ansiando pelo futuro... Com receio da realidade.
E esse silêncio calou meus sussurros de dor
Com seus sons noturnos
Que invadiram-me os sentidos
Anestesia meu mudo balbuciar por socorro
E um pálido sorriso nasceu morto
Destes lábios que te queriam beijar...