O POETA
O Poeta
O tempo do poeta é imediato
Se chorar, não enxugue as lágrima.
Se não falar, não pergunte.
Se for noite, faça silêncio.
Enquanto medita é lúcido,
andando em círculos.
Qual poeta triste, chora
e guarda pegadas, ambíguas
sem fome ou sono.
-silenciosamente-
Qual poeta,
Fecha a porta, sela os lábios
a esconder o riso.
No seu abandono, cria
mesmo sendo noite.
O poeta narra,
na sua inocência, tornando o verso óbvio.
Não diz o poeta,
metade do sim, simplifica.
“Quem pode ao poeta, ensinar o verso
se não o próprio poeta”.
Conhecer de si a lógica,
nem um verso lhe é peculiar por determinação.
Não dorme o poeta,
é lúcido, sendo o próprio sono
na arte de ser tangível.
Se o poeta olhar no horizonte
no seu tempo preste
o presságio é breve.
E se ele...
Logo se permitir ficar
Abre-lhe a terra
Planta-lhe uma semente
Alimenta-te do fruto.
Castro Rosas