O POETA

O Poeta

O tempo do poeta é imediato

Se chorar, não enxugue as lágrima.

Se não falar, não pergunte.

Se for noite, faça silêncio.

Enquanto medita é lúcido,

andando em círculos.

Qual poeta triste, chora

e guarda pegadas, ambíguas

sem fome ou sono.

-silenciosamente-

Qual poeta,

Fecha a porta, sela os lábios

a esconder o riso.

No seu abandono, cria

mesmo sendo noite.

O poeta narra,

na sua inocência, tornando o verso óbvio.

Não diz o poeta,

metade do sim, simplifica.

“Quem pode ao poeta, ensinar o verso

se não o próprio poeta”.

Conhecer de si a lógica,

nem um verso lhe é peculiar por determinação.

Não dorme o poeta,

é lúcido, sendo o próprio sono

na arte de ser tangível.

Se o poeta olhar no horizonte

no seu tempo preste

o presságio é breve.

E se ele...

Logo se permitir ficar

Abre-lhe a terra

Planta-lhe uma semente

Alimenta-te do fruto.

Castro Rosas

Castro Rosas
Enviado por Castro Rosas em 19/09/2015
Código do texto: T5387491
Classificação de conteúdo: seguro