MENDIGO

Aquela esperança que tinha de um teto

Caiu nos meus sonhos arruinados

Hoje vivo nas ruas rodando na luz como um inseto

Meu mundo é o sereno este lar sem telhado

Vivo nas fronteiras das esquinas

O papelão é o lençol que me cobre do frio

Quem diria que um dia eu viveria na latrina

Como um cão morto que pra vida perdeu seu cio

Minha história como a de muitos vizinhos de rua

Sozinhos migramos pelas tangentes como seres indigentes

A liberdade é pesada gaiola de passarinho que tem asas mas recua

Não existe o tangível tampouco o essencial

Mecenas nos tirou o sal da lágrima como a fé o é para o crente

Somos seres caídos diante de muito ser dizente levemente angelical...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 19/09/2015
Código do texto: T5387213
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