MENDIGO
Aquela esperança que tinha de um teto
Caiu nos meus sonhos arruinados
Hoje vivo nas ruas rodando na luz como um inseto
Meu mundo é o sereno este lar sem telhado
Vivo nas fronteiras das esquinas
O papelão é o lençol que me cobre do frio
Quem diria que um dia eu viveria na latrina
Como um cão morto que pra vida perdeu seu cio
Minha história como a de muitos vizinhos de rua
Sozinhos migramos pelas tangentes como seres indigentes
A liberdade é pesada gaiola de passarinho que tem asas mas recua
Não existe o tangível tampouco o essencial
Mecenas nos tirou o sal da lágrima como a fé o é para o crente
Somos seres caídos diante de muito ser dizente levemente angelical...