LIBERTAÇÃO

Bate na porta da alma, uma voz

aquela que o acorda e o transforma em si mesmo

e, por mais que reflita, está menos para mártir quanto para algoz.

Na solução química da liberdade a esmo

alguém se encontra, então se liberta;

enfim vai de encontro, tragando-o, seu sesmo.

Só que este alguém, tem na sorte, companheira incerta

no fluxo do seu destino, fluindo

destrói-se o vasto e vão; não, não quebra, conserta.

Como errante, inconsciente vai indo

seguindo verdadeiro e profundo amor

mas, suas palavras são perdidas por estar mentindo.

“Ser ou não ser?” Volta a indagar seu interlocutor

sua voz interior retorna e lhe questiona

vê-se caído ao chão; foi escravo, não foi senhor.

Sua boca, reticente, canta qual linda prima-dona

reconhecendo ser dos males, o menor

se bem não faz, seu entejo, emociona

em tom dramático, êmulo questionador, enriquece a alma, alimenta, traz ardor.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 19/09/2015
Código do texto: T5387177
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