Provoca ação
Deixa, por agora, esse fraco não,
Cantar o que o coração não toca;
Tua beleza é já uma provocação,
mas, você, bela, ainda me provoca...
Eu resisto qual um seguidor estoico,
quedo impassível ao prazer e à dor;
se, a honra anima a um feito heroico,
há um desejo frágil mui desanimador...
Esse bem, no qual, se disfarça meu mal,
Como negar que ele atiça muito a mim?
Sou maduro, sei, tenho o sabor de sal,
Mas, vá saber! Quiçá, você prefere assim.
Temo perder-me nesse paraíso alviverde,
Que plasmas com tua pele e teu olhar;
A água proibida que acenas à minha sede,
Será doce, ou, quem sabe, como a do mar?
Está difícil separar essa fome do seu pão,
Ou, a tua sensualidade da minha libido;
Quiçá, teu prazer trará, minha salvação,
Digo, a recuperação do paraíso perdido...