Senhora da Mata
Por que choras mulher?/
O teu filho partiu?/
Não entendo de dores/
Tanto quanto tu/
Do parto aos desprazeres/
Mas me parece que se a noiva do inesperado/
A veio desposar/
Não me tomes por insensível/
Mas já não há o que sangrar/
Ò mãe que choras profundo/
A beira do rio/
Cuja dor acantona o teu peito/
De enredo trazendo o efeito/
De morreres em vida/
Como um castigo sem explicação/
Não sei precisar qual a razão/
Tão pouco sei qual o propósito/
Porém, se me permites/
É hora de levantar/
Nem a dor pode ser tão eterna/
Ah! O amor/
Como tens para dar/
Se ainda não te destes conta/
Vai olhes as flores/
A vida que tem por lá/
Tem que haver uma razão/
Que não permita-te/
Viver essa apenas a te flagelar/
Guardes no seio materno/
Todo o orgulho/
A lembrança/
Herança indubitável de todo o tesouro/
Que com a força da tua mulher fostes capaz/
De num filho moldar/
Não te apegues a saudade da falta como coisa/
Pois cedo ou tarde ele/
Como aquilo que a cultura ensina/
Não são essências/
Da verdadeira importância/
Nessa vida/
Vá, ande bastante/
Procure respostas nas coisas simples/
Que a tua saga apenas começou a mudar/
Não é viver por viver/
Mas amar/
A liberdade começa quando a luz/
Aflora no horizonte/