Senhora da Mata

Por que choras mulher?/

O teu filho partiu?/

Não entendo de dores/

Tanto quanto tu/

Do parto aos desprazeres/

Mas me parece que se a noiva do inesperado/

A veio desposar/

Não me tomes por insensível/

Mas já não há o que sangrar/

Ò mãe que choras profundo/

A beira do rio/

Cuja dor acantona o teu peito/

De enredo trazendo o efeito/

De morreres em vida/

Como um castigo sem explicação/

Não sei precisar qual a razão/

Tão pouco sei qual o propósito/

Porém, se me permites/

É hora de levantar/

Nem a dor pode ser tão eterna/

Ah! O amor/

Como tens para dar/

Se ainda não te destes conta/

Vai olhes as flores/

A vida que tem por lá/

Tem que haver uma razão/

Que não permita-te/

Viver essa apenas a te flagelar/

Guardes no seio materno/

Todo o orgulho/

A lembrança/

Herança indubitável de todo o tesouro/

Que com a força da tua mulher fostes capaz/

De num filho moldar/

Não te apegues a saudade da falta como coisa/

Pois cedo ou tarde ele/

Como aquilo que a cultura ensina/

Não são essências/

Da verdadeira importância/

Nessa vida/

Vá, ande bastante/

Procure respostas nas coisas simples/

Que a tua saga apenas começou a mudar/

Não é viver por viver/

Mas amar/

A liberdade começa quando a luz/

Aflora no horizonte/

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 18/09/2015
Código do texto: T5386362
Classificação de conteúdo: seguro