ORIENTAL
O aprendizado da esperança é lento
como uma flor que tarda e que se esconde,
preguiça de existir.
O aprendizado de esperar é longo,
caminho torturado pedra e pó
pés macerados
rugas nos olhos gastos perscrutando os vales.
Nenhuma caravana traz poeira e sonho
nenhuma sombra mansa de figueira brava
onde dormir
contando alvos rebanhos de carneiros lentos
no quente do sol forte que, sorrindo,
brinca de semear as cores sobre a terra.