ÓBICES DA VIDA
Tudo existia na brisa da juventude...
A nevasca das intempéries soterrou
Os sonhos que nasceram no limiar da infância,
Já das raízes das histórias de ninar...
Vem a luta e disputa para o viver,
Salve-se que puder, qual corvos famintos,
Interferem e obstam o sobreviver
E tudo se torna desilusão
As paredes daquele velho casarão, caiado
São, agora restos ainda riscados,
Com palavras de esperança, do passado,
Hoje, esquecidas, na demolição dos sonhos...
Nesse caminho espinhoso de maldade,
Como se ele não tivessem um coração!
O veneno e o asco da hipocrisia,
Levaram aquele ser à destruição.
Hoje uma escadaria qualquer
É a sua morada, no silêncio da solidão...
A todos estendem a trêmula mão,
E não recebe uma migalha sequer...
Cabeça baixa, em derredor, fita o chão,
Passa na sua mente o filme da sua vida,
Vê o quanto foi cruel a sua desdita
Vê-se mocinho entre mil ladrões...
A sua vida perdeu o ideal,
Já não tem mais condições para sonhar,
Essa senda perversa e ignóbil do mal,
Tira o amor e do direito de amar.
Tarcísio Ribeiro Costa