AGULHA NUM PALHEIRO
AGULHA NUM PALHEIRO
Nasce o pequeno Cristo
E eu sozinho no labirinto...
Eu nem sei que corpos eu tive,
Não sei seus nomes ou faces.
Estou perdido no desconhecido,
Na incógnita do desconhecido.
Meu badalo toca o pequeno sino,
Sem ter nomes e sem afinação,
Apenas sussurros e suores.
O calor mistura os odores,
Não importa a face ou olhos,
Somos apenas a carne pulsátil.
Sou mais um numa noite qualquer,
Sou agulhada aos desavisados.
Não me preocupo com o prazer,
Sou o perdido no meio de tantos,
Sou mais um na noite especial,
A estrela ocultada pelo cometa,
O carrapato das belas ovelhas.
Bate o sino pequenino, sino...
E nas ruas há loucos e alucinados,
Sou vampiro perdido na solidão
E ele nasceu em Belém...
Perco a conta do numero de corpos,
Jogo-os todos fora pela a rua,
Volto ao lar e choro e pelo Cristo,
Que nasceu perdido numa noite fria,
Eu sozinho perdido nos corpos não me achei...
André Zanarella 25-12-2014