Delirium tremens

Eu, intrépida, errante,

levo sob os pés o sal

das lágrimas

de mil passantes;

vou pela terra,

sigo cantando,

derreto de amores

pelos prantos.

Vou pela terra,

mas pra tocar as calçadas

arrasto os passos;

as guias tornaram-se

pequenos abismos,

onde, todos os dias,

meu corpo se abre

em ascensões e quedas.