ECLIPSE VORAZ

Fazes de um sopro, um tornado

De um piscar, uma explosão solar

De um sorrir, um eclipse lunar

E de um beijo a condenação do beijado

Dona de sóbrias alucinações

Metade prisão e metade guarida

Menina linda e ensandecida

Mina rica e fonte de sensações

Nem quando estás a sós estás sozinha

Falas consigo mesma sobre gosto e perfume

E massageias sempre o elo que nos une,

Os arredores do mar e a alma vizinha

E na escuridão do quarto tu és nós

Com aquele velho cardápio amplo

De estrela do mar à astro do campo

De um cometa voraz à uma legião de sóis.