O fantasma do "Calabouço"
Apesar de tanto tempo,
como hoje, ainda recordo
fria e escura noite a dentro,
de um macabro momento
o fato que neste reporto
Uma música boa
encantava os ouvidos
festivais da canção na "garoa"
passávamos noite à toa
os encontros divertidos
Naquele gelado inverno,
em junho de"sessenta e oito"
que os anjos do inferno,
demônios pós modernos
depois de um soldado morto
Arrombaram minha porta
e encontrei tudo no chão
Uma mulher caída morta
plantada em minha horta
por ordens de um capitão
Minha cama estava pronta,
uma bomba em um quartel
colocaram em minha conta,
desmando daquela monta
humilhara um coronel
Brigando por meus motivos
por ser universitário
virei um subversivo,
num terrorista de explosivos
perigoso incendiário
Rasgaram fotografias,
reviraram as lembranças
meus anos de rebeldia
e tudo que ali existia
velaram minha esperança
Sequer logrei dar um passo
tentando escapar dali
invadiram meu espaço
e pegaram-me no laço
não pude reagir, tombei...sangrei...morri.