velhos casarões
Atrás de portas fechadas
o passado sucumbe
e os fantasmas dançam nas noites escuras
espiam a cidade ocupada em ir e vir
a vida ficou guardada nas ranhuras da velha madeira
nos frisos da arquitetura lavados por chuvas seculares
e nas ruas olhamos pouco para a nossa história que ainda
resiste nos velhos casarões
nossos olhos não olham longe, não veem sequer
a árvore florida desta primavera
quando hipnotizados por imagens
que mal percebemos, nossos olhos apressados
domesticados pelas telas que nos invadem
se ocupam em apenas ver...
e a nossa alma se recolhe porque há tantas sutilezas
que precisam sair do caminho
deixar um rombo fundo por onde os signos
desse novo tempo possam irromper
ferozes e implacáveis.
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