MEU TORRÃO
Oh, minha cidade
Meu eterno lar.
Terno e doce encanto
Imaginasse o quanto
Vivo a ti adorar...
Duvido exista lustre igual
Quanto ao astro dos teus dias
Que em farto lume de verão
Louva teu poente magistral
E nas sombras das calçadas
Declina-se, moldurando a estação
Quão prazeroso é poder ver,
Teu limpido céu de matizes mil
Cintilar no arrebol das tardes
Estampa em mesclas de algodão com anil
Ao romper o dia, quero ouvir
O saudoso canto da siricora,
Que vem das nascentes dos buritizais,
Enquanto o halito virgem da flora
Inebria os bosques nas friagens matinais
Quando forte o inverno abarca
E irrompe um doce mar em reboliço
Encharcam-se campos e várzeas do lugar
Se a natureza faz vexame em seu viço,
Também Irriga o solo,
Ficando bom pra semente germinar.
Ao cair da noite
Quando em voo rasante passa a andorinha
Todo o firmamento queda-se aos encantos
De uma bela e plácida tardinha
E a brisa noturna, com seus agradáveis efeitos
Logo, Afaga e aconchega os modestos leitos.
Josafá Bonfim
São Luis-MA, setembro de 2015