na solidão da rua

na solidão da rua

o grito dos meus passos

a ecoar como fantasmas em delírio

e o latir canino em assombros

a riscar a negra noite

com seu sons nítidos

e os gemidos dos amantes

a rasgar os lençóis sujos

dos sussurros em vapor

dos gozos que se eternizam

nos silêncios ébrios

na solidão da noite

as esquinas se incubem

dos martírios sórdidos

e preencher o vazio sóbrio

sombrio como os rios que se esvaziam

na tenaz incerteza de outros amanhãs

na solidão das madrugadas

ouço escadas

e pássaros em sono

bêbados de ontens vívidos

vividos

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 14/09/2015
Código do texto: T5382180
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