na solidão da rua
na solidão da rua
o grito dos meus passos
a ecoar como fantasmas em delírio
e o latir canino em assombros
a riscar a negra noite
com seu sons nítidos
e os gemidos dos amantes
a rasgar os lençóis sujos
dos sussurros em vapor
dos gozos que se eternizam
nos silêncios ébrios
na solidão da noite
as esquinas se incubem
dos martírios sórdidos
e preencher o vazio sóbrio
sombrio como os rios que se esvaziam
na tenaz incerteza de outros amanhãs
na solidão das madrugadas
ouço escadas
e pássaros em sono
bêbados de ontens vívidos
vividos