Rubra Rosa
Hoje a saudade acordou roçando minha pele
Despertando nostalgia, no coração desamparado a tal voragem
Delicadamente, sutil como as primeiras brisas de outono
Soprando leve, espalhando pétalas secas, sem perfume
Derrubando as insustentáveis folhas, amareladas pelo tempo
Espalhando pelo chão, o espetáculo soturno da renovação
Meus lábios frios esboçam sorrisos taciturnos, desprovidos de magia
Meu olhar mudo caminha de encontro ao iminente e álgido inverno
Confessando-lhe segredos lancinantes que me acoitam o coração
Essa saudade-rubra-rosa adorna, realça o tom dourado em meu cabelo
Mas macula as alvas mãos, com o róseo sangue dos espinhos.
(Edna Frigato)