o sol despertador

eu não gosto de olhar o relógio

me sinto contando o tempo

e o tempo não tem dono

e se tivesse, não seria eu

eu queria que o dia inteiro

fosse dedicado

à manhã

com o sol brilhante das oito horas

(que parece ter o tom do recomeço)

a manhã se estende na madrugada

e o cromatismo entre os momentos

é a bruma da liberdade

liberdade que não tem idade

é o dom de viver mais um dia

alegria:

a qual a gente esquece

perdemos o aroma do café

e esquecem de tocar as mãos

antes de beijar

esquecem de guardar o celular

antes de chegar no bar

não se sabe

o que é direita e

e se perdem na esquerda

impeachment e panelaço:

o meu braço!

o povo tá perdido

o humor vendido

e a poesia é o vício

dos sonhadores

(que assim como eu)

acreditam

em outro início

Gianne Lorena
Enviado por Gianne Lorena em 13/09/2015
Reeditado em 18/09/2015
Código do texto: T5380690
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