ELO ROMPIDO
Militando ao longo da carreira, nas diversas áreas, e em especial na vara de família, muitas foram as separações e divórcios, inevitáveis, apesar da insistência na manutenção do casamento, que a meu ver só a morte pode colocar um ponto final no relacionamento. Este é o juramento que se faz, por entender assim, antes de iniciar a papelada propriamente dita, pela minha consciência religiosa fazia um trabalho psicológico para ver se dissuadia o casal no projeto da separação ou do divórcio. Como vivemos num mundo capitalista, mesmo contra a minha vontade, quando não conseguia dissuadir o casal, levava em frente o projeto deles que culminava com a separação ou divórcio. Para estes casos fiz um soneto:
Elo rompido
Mais uma vez sentiu sua falta ao leito,
Que só em pensar na solidão, doe-lhe o peito,
Não se sabe até quanto aguentaria...
O homem só, falta-lhe o jeito,
Falta-lhe a fé e até o respeito,
E a vida torna-se zombaria.
Ninguém foi feito para viver só,
E a solidão na garganta dá um nó,
E a liberdade que queria, o que dela fez ?
Ficou numa boa, que dó !
Tão à toa, que não fica só,
Com certeza, se amará outra vez.