justaposições

Justaposições

Queremos sobrepor

Os pedidos malditos

Aos achados benditos...

Isso é, talvez, a tranca

Que arrefece a força

Da caminhada.

Pensar grande sobre miudezas

Dá muito trabalho,

Não cabe a ação na reação,

Não cabe o sonho na realidade...

O pensamento irrisório

É a razão das falcatruas,

Infartos, manobras incidentais...

Por aí afora se vai

A sobrepujança do amor

Sobre o riso da dor,

Aquele, amarelo de sofrer

Louvação

Louvo a terra em que nasci,

A mesma que nasce em mim

Dia a dia, intemporalmente...

Somos parceiros no cerne

De cada porção evasiva,

De cada passo tropeçado

Nessa lida.

Ocorrência

Os dias tornam-se minutos.

Nos arredores da dor

O tempo é dono absoluto

Do humor...

Retrogradar

Voltemos ao dia da criação...

Não do mundo, da pessoa

Dentro de cada um

Aqui presente...

Voltemos ao momento da dor,

À inércia do momento

Da placenta tornando

Gente o projeto...

Voltemos ao interior da mulher

Alimentando o feto,

Se descuida ao fumo

Desfaz-se reto.

Voltemos à primeira indagação

Ainda no olhar surpreso

De esse ser fatigado,

Nascituro leso.

Voltemos à razão de ser

De cada um de nós

Nessa babel de línguas

Recém feitas...

Qual receita fabricará direito

O próximo ser perfeito

À imagem desse deus

Desfeito?

Pesares

A lágrima nadando

Pelos olhos

Ainda não desce,

Apesar

Da dor esperando

Dentro...

O silêncio da lágrima

Enternece

E contraria a dor...

Ambos viajam

Pela mesma prece

Sem pensar.

Apesar da dor

Esperando dentro

O amor floresce

O tempo vindo

Desde antes

Ao depois.

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 10/09/2015
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