Monólogo Fúnebre
Sou apenas uma sombra fantasmagórica
Alma penada, submergida do fogo ardente do inferno
Vago na calada da noite em um espaço metafísico ignoto
No desespero endêmico dos amaldiçoados, carregados de peçonha
O odor fétido que exala da minha própria morbidez
Afasta até mesmo os seres noturnos, já desprovidos do vital líquido
Minha anatomia disforme estrangula a vaidade, os prazeres carnais
Provocando espasmos sadomasoquistas em sombras dionisíacas
Prostituídas pela universal febre necrófila da putrefação
E assim sigo... Atravessando os séculos esqueléticos obscuros
Esbarrando na vaidade incestuosa de cérebros apocalípticos, hediondos...
Carregando o insuportável peso sepulcral da minha sina.
(Edna Frigato)