O céu é vermelho!
Raiz exposta que separa a terra, quase fronteira,
O andarilho abre uma nova caminhada, outra década,
Sinopses esperando algum tratamento, só começos,
Toda idéia dentro de uma idéia antiga, outra mudança,
Dançou com vampiros da sorte, cabelos mais rebeldes,
Pos a dúvida na boca escancarada de tantos atrasos,
Parou de remar por um tempo, noites de além, nervos,
Soltou a pressão que tomava o peito, excesso de faltas,
Ficou a rir para chorar depois, só, num canto escuro,
Outra raiz se expondo, por reflexos sem sacanear,
Tirando o gosto do desgosto, amplo cheiro, esgotos,
Se parte o coração, a intenção é mais leve, sem absurdos
Gela as mãos, prende a voz, o peito mais castigado ainda,
Cai o olhar no vazio, feito passageiro da nave estranha,
Sons que a vidraça reflete, ribombam tão dissonantes,
Da a cara a vergonha, por tantos erros cometidos,
Esqueceu o não em algum bolso da calça velha & puída,
Transtornos por infelizes coincidências, luz apagada,
O tempo passou & o momento acabou se perdendo!
Peixão89
...“Em pé, no limiar do mundo que Matisse criou, voltei a experimentar a força da revelação que permitiu a Proust deformar tanto o quadro da vida, que somente aqueles que, como ele próprio, são sensíveis à alquimia do som e do sentido são capazes de transformar a realidade negativa da vida nos contornos substanciais e significativos da arte. Só os que são capazes de admitir a luz em suas entranhas podem traduzir o que há no coração”. (Trópico de Câncer by Henry Miller)