Um Cuco no Jardim das Dormideiras
De jeito maneira,
Farão com que eu me entoque.
Pois no jardim das dormideiras,
Sou cheio de não-me-toques.
Toc, toc! Mente e coração aberto. Entre!
Acendeu-se a tocha,
Pela brecha desabrocha,
O sol nascente.
Mais livre que o Jango,
Meu losango... É um círculo.
Sambo um tango,
Ignoro ângulos... E ciclos.
Morpheus,
Me deu... A pílula vermelha.
“Não pertenço a você”
Posso fazer... O que der na telha.
Toc, toc! Boca e coração aberto. Saia!
A cíclica,
Sombra eclíptica,
Pois o sol já raia.
Sou feto que espontaneamente se aborta,
Não estou aquém da porta... À parte.
Como a Coréia do Norte,
Mistérios pós-morte... Marte.
Trancado por dentro,
O detento... De si.
Das profundezas do jazigo,
Do próprio umbigo... Quem poderá sair?
Uma a uma se fecha,
O toque é a deixa... Pra te guardarem a sete chaves.
Há muito tenho ido,
Em outro sentido... Como um assento grave.