deixai as folhas caírem

deixai as folhas caírem

elas fazem amor com a terra

elas vivem em função de existir

porque ser folha é preciso

porque sentir folhas é preciso

porque viver folhas é preciso

fruir folhas

é existir

como as nuvens e seus ritmos

como os pássaros e seus cantos

como as pipas e seus cantos

que oxigenam com sua existência

no porvir da eternidade

deixai as folhas s

caírem

pois seu brilho

reluz, remete o hálito de universo

pois o seu brilho

reflete a alma-verbo de Deus

e os seus ecos

se desdobram

aos sabores dos ventos

que em cores saboreiam

a dança das folhas

no ciclo destino sina

que se faz menino

nas estradas sagradas

da caminhada de cada um

que cheira e exala

o perfume das folhas

que no seu encanto

encantam em lágrimas

com o seu sorriso

de ser folhas verdes

rosas, alaranjadas, pardas

roxas, amareladas

a tostar a terra com sua dança

com o carinho e fulgor

espalhados em sementes

seminais

como orgia viva e divina

na métrica inexata

desses agoras

para sempre folhas

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 08/09/2015
Reeditado em 09/09/2015
Código do texto: T5375231
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