deixai as folhas caírem
deixai as folhas caírem
elas fazem amor com a terra
elas vivem em função de existir
porque ser folha é preciso
porque sentir folhas é preciso
porque viver folhas é preciso
fruir folhas
é existir
como as nuvens e seus ritmos
como os pássaros e seus cantos
como as pipas e seus cantos
que oxigenam com sua existência
no porvir da eternidade
deixai as folhas s
caírem
pois seu brilho
reluz, remete o hálito de universo
pois o seu brilho
reflete a alma-verbo de Deus
e os seus ecos
se desdobram
aos sabores dos ventos
que em cores saboreiam
a dança das folhas
no ciclo destino sina
que se faz menino
nas estradas sagradas
da caminhada de cada um
que cheira e exala
o perfume das folhas
que no seu encanto
encantam em lágrimas
com o seu sorriso
de ser folhas verdes
rosas, alaranjadas, pardas
roxas, amareladas
a tostar a terra com sua dança
com o carinho e fulgor
espalhados em sementes
seminais
como orgia viva e divina
na métrica inexata
desses agoras
para sempre folhas