Dendê

Coisinha pouca

Que vou aqui escrevendo

Riscando com caneta esferográfica

Navegando no mar de Iara

Desejando encontro

Eu de cá e de lá

Sem falar nada

Mergulho na palavra

E canto o canto do desconhecido

Nessa casinha recheada

De curva e beleza

Remexida e recurvada

No movimento da gente que mora

E quem são vocês:

Esse é Guimarães, rei da prosa

E tu, quem é?

Sou Joaquim, vigilante do sertão.

E lá vai história debaixo de fumaça

Cadeiras rangendo no chão

Cabeças borbulhando fermentando...

Alcoólico sabor da conversa

Calma aquieta que já acaba

Já comecei, divaguei e voltei ao conto,

Na parede tem arte (o que admitido será na visão do vagabundo?)

Nos corpos em transe de enigma

Aprumo, quadris pra fora! e já fui, ponto.

Ass.: G.T.