CORAÇÃO ALADO
CORAÇÃO ALADO
BETO MACHADO
Agora meu coração alado
Desviou de vez a angustiante
Reta que o levaria,
Inevitavelmente,
A um céu de brigadeiro,
Navegando e singrando
A imensidão do amor.
Mas, qual um potro selvagem,
Não respeita rédeas,
Nem doutrinas, nem ginetes,
E sai, de esgueira,
A bater pernas
Quando pousa.
E quando voa novamente,
Sempre ousa,
Arriscando rasantes,
Testando a envergadura,
Sem temer quedas e trombadas,
Como a vontade que agora sente.