gralhas

Presa fácil

O cultor de versos tísicos

Pode ser o amo da verdade

Que amamenta as versões

Da mentira dando-lhe vida

De criatura devera versátil.

Presa avara, não tão fácil,

Quando se faz feroz seca

As palavras e as solta sobre

Desafetos com suas adagas

Ferindo-os de morte antes

Que saibam foram feridos.

Presa difícil essa tal poesia

Que, com sua sinceridade,

Mente, diz-se de verdade

Um mentiroso com sorte

De viver-se caminhando

Sobre brasas sob a brisa,

Sobre águas e ombros.

Cansada, a presa ferida

Sucumbirá pela palavra...

Mas não será vencida!

Adeuses

Apenas um lenço

Como despedida,

Num facho de luz

A buscar saída...

Gralhas

A mínima força da asa

Move um corpo...

Seria muito, não fosse

Tamanho esforço.

Alguém pisou na grama

Alguém pisou na grama,

Amassada ela ergue-se,

O pisador manca o passo

Na direção perambulada...

Despercebido tudo passa,

O vento crispando ondas

E soltando folhas fracas,

O fogo ardendo brasas...

Do andamento da lua

À viscosidade do réptil

Plena fria madrugada

Tudo passa despercebido

Ao olhar do homem

Cuidando seu umbigo.

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 05/09/2015
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