Metáfora da vida

Metáfora da vida

Se após a morte nascêssemos como crianças

Em outro espaço, em outra fórmula

Sem lembranças dos prodígios, dos prestígios

Sem saber se estivemos certos.

Sem méritos.

Talvez somente com o destino de alguma estrela

Que case com a áurea de quem se transportou.

Ninguém para lembrar

Ninguém para ter razão

Prontos para nascermos

Sendo qualquer coisa outra

Espíritos como ainda virgens

Não procurando nada nem ninguém

Não levando a tristeza absoluta

Dos tempos de morte.

Todos libertos

Asas abertas de pássaros em voos.

Até quem se negou

Não vai ter vergonha.