Execração
Por traz das cortinas virginais
Ecoa a fatídica dor do desencarno
Sons guturais, quase animais
Rompem as estruturas
Que dão sustentação à débil carne
Desagregando milhões de células mortas
De um corpo pálido, já sem vida
Deixando à mostra ossos cromados
Pela palidez da alucinação dos infelizes
Que cansados de perambular
Por seus encéfalos repugnantes
Rugem à sombra de si mesmos
Como bichos medonhos, vermes disformes
Alcatroados pelo visgo pútrido do inferno.
(Edna Frigato)