PALAVRAS GASTAS
Há um momento, no tempo,
cuja descrição não nos pertence mais.
Na verdade, o próprio momento se consumiu,
como consumidos estão todos os demais,
perdidos em passados cuja evocação
desgasta as palavras, e as resseca,
carrega-as de outros sinais,
anula-as e, por fim, as disseca.
È então que vemos
que, o que já não queremos,
não queremos há muito tempo.
Essa, é a hora de fabricar outras recordações...
Junho de 2007