amor transcendental
desconfiei do trovador
que recitava um presente
onírico
sobre o amor
puro como a Lisbela
e o prisioneiro, do sentimento
surreal
as sensações das tintas na tela
iguais às do Stuart Sutcliffe
e um sentimento,
psicodélico, talvez, anormal
(sou
nós)
e nada existe
quando decidimos
r e l u t a r
d i s c o r d a r
c o n t e s t a r
a sorte na porta
era o que era:
a quimera
que é
a m a r
a nossa sacralidade
é esse
r a s g a r
o peito
dessa atemporal saudade
que agora me invade
longe de qualquer dialética
- amar-te é uma fatuidade
agora sinto
que um nasce
para o outro
e que Deus
não cria um filho
para ser solitário e solto
agora, MPB e chocolates
e o teu corpo envolto
ao meu
que sem você
até achei
que já estivesse
m o r t o!
quando me perco
do meu porto
sou niilista
e aqui jaz
só um
c o r p o
i n t e r c o n e x ã o:
olhares que conversam
o contato e o arrepio
imagino, que não seja
apenas paixão
é tanto tempo!
são tantas idas
e inesquecíveis voltas
e, com a minha memória
fraca
eu me lembro
e, até sem querer, eu tento
e faço tudo o que puder
para só mais uma vez
& para todo o sempre
ser a tua
mulher