O quarto estado da matéria

E caminhando pelo teto ,

é que vi no chão surgirem as flores.

E os belos lisiantos azuis se enraizavam,

na pele morta dos recém mutilados.

Lá fora, o farol invertido

tocava seu sino melancólico,

enquanto na praia repousava a cabeça,

do antigo colosso de bronze.

A vida nesse estado de coisas,

não tinha muito a oferecer.

Nada além de uma mão estendida sem resposta,

e pernas femininas que volta e meia, passeavam pelo teto.

Só me restava alimentar os pardais da noite...

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 22/06/2007
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