A Navegar
O grande veleiro,
navegante eterno
das brumas azuis
sensuais mistérios,
vem do amar o mar.
Se embrenha profundo,
ousadia intensa,
um lugar do mundo
busca um cais achar.
Viagem antiga...
no dourado imenso,
da onda a cantiga...
num zoado intenso!
E o grande veleiro
se lança ligeiro
no ardor... perverso
verso do universo
velha poesia...
na noite assombrosa...
no clarão do dia.
E o veleiro voa,
no ritmo leve,
num instante breve...
vai e vem teimoso,
traça nova rota,
no rumo cansado
por ondas sem fim,
desliza indolente...
sereno, insistente
no mar de cetim!
Veleiro destino
alcança...seu porto,
sua rota... conforto
na dança do vento...
paixão rubra e forte,
na luta com a morte....
alcança um alento,
no amor se abriga,
na rocha se encontra,
fé que agrada a vida.
A vida é valente
presente doado
veleiro ancorado,
não produz destino...
volta ao mar bravio...
luz, vela e pavio
teima em clarear
na sombra do abismo
no farol distante,
vai o barco avante,
um norte a buscar!!