julgamento

Estantes

Repleta de ocupações

E desocupações

A estante virtual que me poetiza

Tem limites a alforrarem,

Bato em pedra pedra,

Sonho brisa...

Ambos na mesma estante

Sem títulos compartidos,

Apenas um leve alívio

Ao grito.

Na poesia a se falar

Não se divide estrofes

Para não se deixar vazios...

Julgamento

Devagar divagando

Ouço pessoas pessoando...

Peças que soam como sinos

Aos meios dias de cada uma...

Tilintando cumprimentos

Pelos tentos... Detentos...

Elevando-se da escureza,

Amanhecida débil, tonta,

Ressacada ao vinhodontem...

Pessoas que ouço e são escadas,

São poleiros que desgrano,

São degraus, dez graus,

De tempo inteiro... Pessoas...

Peças que já não soam,

Apenas gemem suas dores

Pessoais, inconsoláveis...

Assim atoa.

Sergiodonadio.blogspot.com

Vestíbulo

Abro o guarda-roupas...

Estão ali meus comparsas,

Enfileirados encabidados

Esperando vestir-me

De gala ou de galo...

Roupa de muito uso,

Roupa ainda sem uso,

Em uso como eu mesmo...

Lesado pelo seja leso

Entre as planuras da reza

E a cultura do sebo...

Com cheiros... Bravuras...

Segredos? Degredos!

Apenas a prostituta delas

Pode vestir-me mancebo.

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 01/09/2015
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