A CÁTEDRA DO MERIDIANO - A morte em vida

A CÁTEDRA DO MERIDIANO

A morte em vida

Ter sido inventado

pelo único caminho

possível na beira

calada do rio

que chora vitimas

nas margens

descobre rio violento

tormento de máquinas

ilusão causal

um mal preciso

inciso na arte

do homem inventado

que arte comeria

com doses agudas

transmuta lógica

intempestiva

a lógica tramada

no tecido que envolve

todo poder mesquinho

o poder do nada

viciante angustia

ontem teve que andar

kilometros adiante

pra estar presente

neste dia

pra estar ausente

da febre

que começa sentir

quando o sol

não brilha

quando a lua

é mais clara vestida

de brumas

fugindo no imenso

colossal oceano de estrelas

queria ser uma delas

queria poder tê-las

eu posso vê-las

quase ao menos

todo dia

você passa pelo sombrio

que cheira mal

pelo covil que come areia

a ceia perpétua

do teu intimo

o mínimo da dieta

que vomita gulas

quando foge de mim

jogando sua pose

a nova pose do paciente

que doente invade

o mundo

tramando tecidos

tão finos

por terem sido

tecidos pra serem eternos...