A CÁTEDRA DO MERIDIANO - A PUREZA ÂMBAR

A CÁTEDRA DO MERIDIANO

A PUREZA ÂMBAR

O rapto da clareza

envergonhada

que compra adereços

pra entrada

no grande teatro de fausto

que fica por baixo

querendo do dia

a noite clara

da volúpia

o instante do pleno

animado

o pleno sereno

escorrido visceral

que descobre o mal

das “mantas”

quando santas

saem de dia

na agonia do claustro

homem de pele guardada

que desce montanhas geladas

e vem dormir

permitido de tudo

livre do nada

no mundo conhecido

onde o iludido

ofendido do permisso

é de novo animal

e o mal sentido

tem um bem sentido

nas ilusões reais

fantasias

que comem fogos

deslizantes

pelas veias sanguineas

se alimentam da fome

que não tem nome

quer perder-se da fonte

o horizonte viciado

de temperos

conhecidos

acordará sonhando

vertigens

imagens desenhadas

que apagam-se

são lágrimas de sangue

por dentro

querendo de novo

o mesmo

seja doente faticida

minha morte completa

precisa do nu poente

dos teus olhos

por cima.