A CÁTEDRA DO MERIDIANO - A VIDA VIL
“Estações seguras”
futuras gestações de impuras
tolhidas verdades
nele causavam
arrepios violentos
o nascimento prematuro
sobre as alturas
dos outros
do todo composto
ao desgosto do simples
sempre mínimo
proposto
desenvoltura abrigada
de tédio
olhos negros raro efeito
rarefeito
a muito feito
construído sobre
pedaços feito relíquias
criados pra serem
escudos vivos aceitos
eleito pela clausura
que usura facínora
usa remédios caseiros
indomáveis
pra cansar-lhe de tédio
sonhou com ela
nos braços
entre mãos dadas
uma fada entre visões
no circo do grande
palhaço
que destina almas
a outras salas
que esperam um fim
eterno
que fim eterno amanhece
como sendo futuro
os fios trigais
dourados sobre o dorso
a sensualidade
da fruta doce
a inteira pose
de mulher adulta
a culta violenta arte
da cultura mediana
adormece a superfície
num sono medíocre
do mundo possível
pelos dados jogados
num rio que traga
poeiras e ventos
tornam pedras
pedestais de estranhos
por serem bandos
de um tempo escuro
de um muro secular
de enganos
que torna o engano
profundo
abismo de naufrágios
as vozes precisam
mais do que símbolos
ele precisava mais
do que símbolos
acabou indo ao velório
do único rosto conhecido
um inimigo covarde
o rosto posto na lápide
trazia uma mensagem
a muito séria
a miséria dos dias
pelos muitos dias
sem alma
acabam morando aqui
vagam vistas no entorno
onde todos
comentam finais
sem primavera
as inicias gravadas no tomo
da pedra encravada
tinham todas
seu nome.