IMPERIOSA APARÊNCIA

Ela se esconde quieta nas grutas

Falso depósito de aluvião.

Lancinada pelo sol em lutas

Vence ao anoitecer, na escuridão.

Transforma-se, elegante e garrida,

Como taça inebriante, vulcão

Refaz-se, iça velozmente, altiva

Alva praça aconchegante à mão.

Dionisíaca oferece o torpor,

Dama da luz lá no alto passeia.

Alegria de Baco sedutor

A todas as gentes desnorteia.

Cumulus afastam-se servis

Ante tal imperiosa aparência.

Falsa escuna com ares gentis

De velas triangulares, a ausência.

Domina então, intensa, do céu rainha

A encantar janela minha e sua.

Brilha total na passarela, sozinha

Bela e magistral, Senhora Lua.

Dalva Molina Mansano

00:13

30.08.2015

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 30/08/2015
Reeditado em 03/11/2018
Código do texto: T5364005
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