O Barquinho e o Mar
Em alto mar encontra-se um barquinho.
É levado a balançar de um lado para o outro
Pelas águas agitadas de fim de tarde.
O sol poente no fim do horizonte, toca o mar
E também é levado à bailar.
Vertigem, vertigem...
As ondas batem com tamanha violência
E o barquinho parece quase virar.
Às vezes, parece uma luta.
Onde apenas um sairá vitorioso,
Com o troféu nas mãos.
Às vezes, parece uma dança.
O mar com seus passos apressados,
Guiando o barquinho em um tango apaixonado.
Luta ou dança,
A sintonia é notável...
O mesmo sal que queima e arde,
É o sal que cura as feridas do barquinho.
O mar é o castigo e a salvação.
O mesmo que aprisiona é o que liberta.
De que vale um barco sem o mar?
Nas areias do abandono,
Sua estrutura imóvel, sem vida...
Seca, range e estala.
Como se fossem gritos chamando por socorro.
Navegar é preciso!
Dançar e lutar
Deixar sentir a dor e a cura
Pra sentir a vida.