Conclusão sobre nós dois

A caneta é um instrumento

antigo aos olhos e às mãos

à serviço do traço da figura

que risca letra e palavra

contorno e conteúdo tantos.

A letra compõe a palavra, logo

um nome, uma homenagem, e também,

e memória, a fantasia, dos homens

a história, de semelhança à imagem

em ser e forma, que tudo é tinta.

O desenho cumpre a função

de paisagem, de história,

e política, do que se morre, e além,

mais, do que se vive, como parecença

à letra, na montagem da fuga do ponto.

É na convergência do centro ao horizonte

que cessa todo jogo, atitude não,

cerimônia sim, qualquer venha de filosofia,

nenhum mais pensamento, esperança,

das vista e bocas, nenhuma procura...

Assim, por mais que sejam os olhos

e mais que seja a boca, morrem

as lágrimas, como assim os sorrisos

que de tudo fica diferente existir

no traço da arte, fábula e paixão:

nela não há demora, paciência, desde agora

ou tempo de nuvem, só corpos numa carne.

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