GATA ENIGMÁTICA
Retroalimento a paixão de viver
e espero que não seja tarde
O dia nasceu luminoso, pouco propício
para os jogos do corpo
Dorme quieto na epiderme o sexo desejoso
animal de estranho potentado
Caminha, tatuando a nudez dos desejos
(que nunca se sabe de onde provêm)
Os olhos baços suspiram alguns cansaços de cama
Costurada nela está o poema de olhar e tocar.
Extática, hirta, pupilas atônitas procuram antever
braços, pernas, corpos, que a expulsam da cena
aos gemidos de ai sem dolor.
– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2015.
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5360416